Esteatose hepática: como identificar a gordura no fígado?

A esteatose hepática, mais conhecida também como gordura no fígado, pode se manifestar ainda na infância e costuma afetar mais as mulheres do que os homens. Dados apontam que cerca de 30% da população podem apresentar essa doença e que aproximadamente metade dos pacientes podem desenvolver formas mais graves da condição

Fique atento aos sinais e busque ajuda médica

Afinal, o que é a esteatose hepática? 

Mais conhecida como “gordura no fígado”, a esteatose é caracterizada pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado. É importante destacar que é normal haver presença de gordura no órgão, desde que não alcance ou ultrapasse a margem de 5%. Quando este índice encontra-se alto, o paciente deve ser tratado o quanto antes, pois a doença, quando não tratada adequadamente, pode evoluir para casos mais graves, como a hepatite crônica, a cirrose hepática e até o câncer no fígado. 

A patologia é classificada de acordo com a quantidade de gordura acumulada no fígado do paciente. Conheça, abaixo, os graus da doença.  

Grau 1

Leve – quando o acúmulo de gordura é pequeno. 

Grau 2

Moderada – casos de acúmulo moderado de gordura. 

Grau 3

Esteatose hepática acentuada – quando existe um grande acúmulo de gordura no fígado. 

Quais são os sintomas?

Em casos mais leves, a doença, normalmente, não apresenta sintomas. Já nos quadros mais moderados e acentuados, a esteatose hepática pode ocasionar os seguintes sinais. 

  • Barriga inchada
  • Falta de apetite
  • Cansaço 
  • Fraqueza
  • Dor no abdômen 
  • Aumento do fígado

Em nível mais avançado da patologia, pode ocorrer a inflamação do fígado e, consequentemente, ocasionar a fibrose hepática, formação de uma grande quantidade de tecido no fígado, e pode provocar os sintomas abaixo. 

  • Acúmulo de líquido no abdômen 
  • Olhos amarelos e pele amareladas (icterícia)
  • Fadiga 
  • Inchaço nas pernas e nos pés
  • Alteração no sono  
  • Hemorragia

O que pode causar a doença? 

A condição é classificada como alcoólica, provocada pelo consumo excessivo de álcool, e não alcoólica, ocasionada por hábitos e estilo de vida nada saudáveis. A esteatose hepática não alcoólica é causada por: 

  • Sobrepeso 
  • Obesidade
  • Gravidez
  • Sedentarismo 
  • Má alimentação 
  • Colesterol alto 
  • Pressão alta
  • Inflamações crônicas no fígado
  • Perda ou ganho muito rápido de peso 

Atenção: o excesso de peso é, atualmente, uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica, sendo responsável por cerca de 60% dos casos de gordura no fígado.

Como é feito o diagnóstico?

Na fase inicial, por não apresentar sintomas, a detecção da doença é realizada por meio de exames de rotina, laboratoriais ou de imagem. Se for identificada alguma alteração nos resultados, o paciente deve realizar exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas. A ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética também são exames importantes para o diagnóstico, mas existem casos em que a confirmação depende da biópsia.  

Outro importante exame para o diagnóstico da doença é a elastografia transitória, que tem o objetivo de medir a elasticidade do tecido hepático e também a quantidade da gordura acumulada no fígado.

Os pacientes que são considerados do grupo de risco devem realizar consultas médicas periódicas, a fim de monitorar o fígado e, caso haja necessidade, iniciar o tratamento o mais breve possível. 

Como tratar a esteatose hepática? 

Infelizmente, não há um tratamento específico para a gordura no fígado. Mas, a boa notícia é que o procedimento é realizado de acordo com as causas da doença, que tem cura, e baseia-se também em três fatores: adotar um estilo de vida mais saudável, se alimentar de forma equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente. Em alguns casos, que são raros, é necessário a prescrição de medicamentos. 

Em casos ainda mais extremos, o transplante de fígado é recomendado quando existem complicações irreversíveis da condição, que podem comprometer a saúde e a qualidade de vida do paciente. Atenção: É importante lembrar que a doença afeta também as crianças e, por isso, adotar um estilo de vida saudável desde a infância pode prevenir problemas futuros.