Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais Linha fina: Em 2022, foram registrados mais de 24 mil casos da doença no país

A hepatite é uma inflamação do fígado causada por vírus variados que leva a uma série de problemas de saúde. Existem cinco tipos principais de hepatites virais, denominadas A, B, C, D e E. No Brasil, mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da hepatite C, seguidos das hepatites B (21,8%) e A (1,7%).

Os vírus causadores de hepatite diferem de maneiras importantes, incluindo modos de transmissão, gravidade da doença e prevenção. A hepatite A e a hepatite E geralmente se espalham através do contato com alimentos ou água que foram contaminados pelas fezes de uma pessoa infectada. Indivíduos imunossuprimidos também podem contrair hepatite E comendo carne de porco ou marisco mal cozida.

As hepatites B, C e D são transmitidas pelo contato com o sangue de uma pessoa infectada. As hepatites B e D também podem se espalhar através do contato com outros fluidos corporais por meio do compartilhamento de agulhas de drogas ou relações sexuais desprotegidas.

Os vírus das hepatites A e E normalmente causam apenas infecções agudas ou de curto prazo que o corpo pode combater sem a necessidade de tratamento.
Já os vírus das hepatites B, C e D podem causar infecções agudas e crônicas, ou de longa duração. A hepatite crônica ocorre quando o corpo não é capaz de combater o vírus. Essa forma de hepatite pode levar a complicações como cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado. O diagnóstico precoce e o tratamento da hepatite crônica podem prevenir ou diminuir os riscos de complicações.

Sintomas das hepatites virais

As hepatites virais nem sempre apresentam sintomas. Porém, quando estes estão presentes, são comuns:

  • Febre;
  • Fadiga;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Dores musculares e nas articulações; 
  • Pele e olhos amarelados;
  • Dores e inchaços abdominais;
  • Perda de apetite;
  • Fezes claras e urina escura.

Como as hepatites virais são diagnosticadas e tratadas

Existem testes rápidos, de sangue, que identificam a presença do vírus no organismo. Esses exames dão o resultado em uma hora. Também existem exames feitos em laboratório. Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos serviços públicos de saúde para todas as pessoas. 

O exame de hepatite B também faz parte do rol de exames do pré-natal. A gestante deve ser diagnosticada e será tratada, se houver indicação, ainda durante a gravidez.

Em relação ao tratamento, este será determinado pelo médico conforme o tipo de hepatite. Não existem tratamentos para curar a hepatite A, além de monitorar cuidadosamente a função hepática e fazer repouso, cuidar da alimentação e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Geralmente a melhora ocorre em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. 

A hepatite B, quando crônica, muitas vezes pode ser tratada com medicamentos. A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento medicamentoso é seguido corretamente. 

Como evitar as hepatites virais

As principais medidas a serem tomadas para evitar a contaminação por um dos vírus da hepatite incluem: 

  • Vacinar-se contra as hepatites A e B: ambas as vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Quem se vacina para o tipo B também se imuniza contra o tipo D, já que a replicação desse tipo de vírus ocorre pela coinfeccção do vírus tipo B. Para os demais vírus, não há vacina;
  • Usar preservativos nas relações sexuais;
  • Lavar as mãos com frequência, especialmente após o uso do sanitário, troca de fraldas e antes do preparo de alimentos;
  • Utilizar água tratada, clorada ou fervida para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
  • Não compartilhar artigos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.

Toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.

Este texto não substitui uma consulta médica. Caso você esteja sentindo alguns dos sintomas mencionados com frequência, é importante procurar um médico gastroenterologista para que o profissional possa realizar o diagnóstico correto e, assim, iniciar o tratamento mais adequado.

Fontes consultadas

Organização Mundial da Saúde (OMS)
Cleveland Clinic
Secretaria da Saúde do Governo do Estado do Espírito Santo