Conheça as quatro principais doenças do fígado

As doenças que atingem o fígado, normalmente, não apresentam sintomas. É importante, portanto,  realizar consultas e exames de rotina periodicamente para que estes problemas possam ser diagnosticados precocemente, tratados à tempo, evitando-se, assim, complicações de tais patologias.

Esteatose hepática

Mais conhecida como “gordura no fígado”, a esteatose é caracterizada pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado. É importante destacar que é normal haver presença de gordura no órgão, desde que não alcance ou ultrapasse a margem de 5%. Quando este índice encontra-se alto, o paciente deve ser tratado o quanto antes, pois a doença, quando não tratada adequadamente, pode evoluir para casos mais graves, como a esteatohepatite, a cirrose hepática e até o câncer no fígado. 

Em casos mais leves, a condição, normalmente, não apresenta sintomas. Já nos quadros mais avançados, a doença pode ocasionar os seguintes sinais.

  • Cansaço 
  • Indisposição
  • Desconforto no abdômen 
  • Aumento do fígado 

Na cirrose hepática,fase mais avançada da doença, a substituição do tecido hepático normal por tecido fibroso pode levar a: 

  • Acúmulo de líquido no abdome 
  • Olhos amarelos e pele amareladas (icterícia)
  • Fadiga 
  • Inchaço nas pernas e nos pés
  • Alteração no sono  
  • Hemorragias

O tratamento baseia-se nos seguintes fatores: alimentação equilibrada e exercício físico. Em alguns casos, que são raros, é necessário a prescrição de medicamentos. 

Hepatites virais 

A hepatite, segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas depois da tuberculose, é caracterizada pela inflamação no fígado e pode ser desencadeada por vírus ou pelo uso excessivo de álcool, drogas ou medicamentos. Existem também fatores genéticos, metabólicos ou autoimunes que resultam no diagnóstico desta condição. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Há, ainda, os vírus D e E, que são menos frequentes. 

A hepatite A, que é transmitida principalmente por água e alimentos contaminados ou pelo contato direto com uma pessoa infectada, causa uma infecção aguda, sendo que na maioria das vezes o organismo reage sem a necessidade de algum tratamento específico. É comum a presença de febre, náuseas, vômitos, pele e olhos amarelados (icterícia), e mal-estar generalizado, além de dores e desconfortos abdominais, falta de apetite, alteração na coloração das fezes e urina.

A hepatite C tem cerca de 90% de cura quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D – esta última é transmitida através do contato com sangue ou fluidos corporais infectados – têm tratamento e podem ser controladas, evitando, assim, a evolução para doenças mais graves. O tratamento do tipo A baseia-se em dieta e repouso. Normalmente, o paciente melhora em algumas semanas e adquire imunidade. 

A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B e quem se vacina para o tipo B, protege-se também da hepatite D. Além disso, é importante  realizar a higienização adequada dos alimentos, usar preservativo e evitar o compartilhamento de instrumentos cortantes e objetos pessoais. No caso da hepatite C, ainda não há vacina mas há tratamento efetivo no SUS. 

  • É importante ressaltar que todas as hepatites virais devem ser acompanhadas por um profissional da área de saúde, pois as infecções podem se agravar. 

Cirrose 

A cirrose é uma condição que afeta algumas células do fígado e que pode resultar em formação de cicatrizes, fibroses e nódulos no tecido, fazendo, consequentemente, com que o órgão tenha o seu funcionamento comprometido ou seja parcialmente afetado. Normalmente, a doença é associada ao consumo excessivo de álcool e outras drogas, mas também pode ser desencadeada pelas hepatites B e C. Existem também outros fatores de risco para desenvolver a doença, como obesidade, diabetes e uso excessivo e indiscriminado de alguns medicamentos. 

Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, no entanto, a patologia é mais comum em pessoas do sexo masculino. Inicialmente, a condição não apresenta sintomas, mas em sua progressão pode apresentar os seguintes sinais:

  • Aumento do volume abdominal
  • Náuseas e vômitos
  • Olhos e  pele amarelada
  • Inchaço nas pernas
  • Urina escura
  • Fadiga e cansaço 

Infelizmente, não há cura para a cirrose, mas o tratamento é realizado no intuito de evitar que mais danos sejam causados ao fígado. Em casos mais severos, é necessário realizar um transplante do órgão.

Câncer de fígado

Os tumores do fígado, que consistem em um crescimento acelerado e anormal das células e tecidos do fígado, podem ser divididos em dois tipos: câncer primário, que tem origem no próprio órgão, e o secundário, originado em outro órgão, mas que atinge também o fígado. Os sintomas do câncer de fígado, na maioria das vezes, só aparecem em estágios mais avançados da doença, mas, em alguns casos, podem apresentar:

  • Perda de peso
  • Falta de apetite
  • Náuseas ou vômitos
  • Dor do lado direito que irradia para a região do ombro direito
  • Cansaço
  • Dor abdominal
  • Coceira
  • Febre
  • Pele amarelada

Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, no entanto, este tipo de câncer é mais comum em pacientes com:

  • Infecção crônica pelos vírus da hepatite B e C
  • Diabetes tipo 2
  • Gordura no fígado
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool, que pode aumentar o risco de cirrose hepática

A escolha do tratamento é levado em consideração em relação à evolução da doença, a idade do paciente, condições clínicas e da função hepática.

Como manter o fígado saudável?

Além do check-up regular, é importante também que algumas atitudes saudáveis sejam inseridas no dia a dia, como:

  • Praticar atividade física
  • Manter uma dieta equilibrada, evitando o exagero de carboidratos e gorduras
  • Evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas
  • Não usar medicamentos sem orientação médica
  • Imunizar-se contra as hepatites virais

Este texto não substitui uma consulta médica. Em caso de dúvidas, procure um médico.